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Maioria não está pronta para Linux

Responsável pelo sistema operacional livre mais famoso diz que pessoas ainda não sabem o que é software aberto

Rodrigo Martins

Ele tem toda a pinta de milionário excêntrico. Já desembolsou US$ 20 milhões para ser um dos primeiros turistas espaciais e passou uma temporada na Antártida a fim de colocar a leitura em dia. Mas a maior aventura do sul-africano Mark Shuttleworth não tem nada a ver com viagens exóticas. Boa parte de seus milhões vai para um projeto chamado Ubuntu, um sistema operacional aberto usado em cerca de 6 milhões de PCs no mundo.

Criado em 2004, o Ubuntu foi desenvolvido a partir do sistema operacional livre Linux. O objetivo era oferecer ao público leigo uma alternativa gratuita ao Windows, da Microsoft, e ao MacOS, da Macintosh. Sua popularidade está em alta. Revistas especializadas dos EUA, como a Information Week, já deram páginas e páginas sobre ele. No Brasil, é figurinha fácil no Link e em outras publicações.

Shuttleworth é o homem por trás do burburinho. Ele criou e financia todo o projeto. E diz gastar a maior parte do tempo para fazê-lo ficar mais e mais bombado. “Ter sistemas famosos em Linux ajuda o software livre a competir com a Microsoft”, disse, em entrevista exclusiva ao Link. Mas essa briga vai longe, admite. Em um mundo em que o Windows reina em 97% dos PCs, ele diz que, por estar acostumada ao sistema da Microsoft, a maioria das pessoas não está pronta para o Linux.

“Muitos não sabem o que é software livre, da possibilidade de ter um programa com constante correção de erros, da imunidade a vírus, que afeta principalmente máquinas com Windows... A publicidade boca-a-boca deve mudar isso.”

É nisso que ele aposta – e investe – desde 2004. E tudo graças à bolada que levou com a venda de uma empresa em 1999. Criada por ele em 1995, na garagem e sem um tostão furado, a Thawte, que atua na área de criptografia, rendeu US$ 500 milhões. O suficiente para Shuttleworth poder fazer o que “realmente gostava”.

E ele fez a festa. Em 2002, embarcou em um foguete russo rumo ao espaço. Pouco depois, veio a idéia do Ubuntu. “Queria um sistema fácil de se usar, para o usuário leigo, pois as versões de Linux eram complicadas.”

Com a idéia em gestação, viajou para a Antártida.

Aproveitou as seis semanas no navio para ler tudo sobre software livre, já que não arrumava tempo em terra firme. “Na empresa que criei, já usava software livre, mas precisava aprender mais.”

Na volta, chamou a comunidade para participar. No mundo do software livre, voluntários colaboram no desenvolvimento de novos programas. “Temos 30 funcionários próprios. E 320 mil voluntários”, diz. “No começo foi difícil convencê-los, pois as comunidades são meio avessas a novidades, especialmente se há dinheiro no meio.”

“Não ganho nada com o projeto. Tenho outros investimentos. Mas acho que, no futuro, conseguirei lucro por meio de suporte ao programa. É assim que as coisas caminham hoje no mundo da informática”, afirma.

Mas, na própria comunidade de software livre, há quem o acuse de oportunismo e de não compartilhar da filosofia do movimento. “Não há como agradar a todos. Quem quiser que use o Ubuntu ou participe do desenvolvimento de outra versão do Linux.”

Comentários

Panda_BG disse…
Definitivamente sou "fã" desse cara... ele fala as coisas com tanta "sinceridade" (ao menos quando lhe interessa) que por vezes chega a beirar o sarcasmo!
Hehehe...
Ademais, como não invejar (no bom sentido... se é que me entende) um cara que conseguiu DO NADA, fazer algo "grande" e depois VENDER isso e viver fazendo "o que realmente gosta"?
Sem falar o lance do UBUNTU.
Parabéns pra ele!
Abs
BG

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